16 de dezembro de 2017

Diário de Achenar II

Leito no abrigo de Achenar na Era Haven. MYST IV Revelation.

  • Sobre a Era Haven II.
  • Encontrado em MYST IV Revelation.
  • Dentro da cabana no centro do lago de Haven.
  • Escrito por Achenar na sua permanência na Era Prisão.
  • Descreve seu dia-a-dia e seu remorso na Era Haven.
  • Dividido em treze páginas.
  • Escrito a mão com desenhos.
  • Capa de creme muito desgastada.
  • Incluí alguns comentários e especulações.
  • Esta tradução é livre e cabe correções se necessárias.
  • Tradução e comentários por: Drica Portes.


...Não sei se posso fazê-lo. O lápis me é estranho, ele começa a resvalar em meus dedos. Faz tanto tempo que não o uso, mas o que mais eu posso fazer? O que fazer?

Hoje voltei ao naufrágio. A primeira vez desde o dia que me mudei, encontrei seus ossos como eu os deixei, porém estavam limpos, esfolados pela água do mar. Quantas vezes eu fiquei lembrando? O sol fundindo-se com as ondas e a ponta do meu arpão brilhando, banhado pelo veneno que o cobria, me vejo agachado junto as rochas. Tão certo de sua volta, por causa de seu companheiro.

Ás vezes na minha mente, acontece de outra forma, o veneno acaba se diluindo e o monstro investe contra mim, meu ataque falha e de alguma forma eles fogem, e aprendemos que vale a pena viver um dia a mais.

Comecei a trabalhar. Tive um problema, meu depósito inundou e tive que ir até lá buscar minhas coisas. Quando eu voltava vi um Comoudile matando um Zeftyr. Fiquei impressionado com sua precisão, nenhum movimento em vão, o Zeftyr não deve ter sentido nada.


Não é o que eu esperava. Viver junto ao lago é tão tranqüilo, não há vento, mas a chuva cai como lá no navio naufragado e o calor continua forte. Como faz calor... A única diferença são os alaridos dos animais, cada vez mais próximos, altos, e por todos os lados. Isso me dá nos nervos. Não consigo dormir, há muitos gritos, quando fecho os olhos, vejo coisas, vejo os rostos. Por Deus Sirrus! Nós matamos tantos!!


Terminei por aqui, como pude, oito anos. Três desde que matei o último Cerpatee. Andei pensando que eu podia fazer algo para ele. Colocar algum marco ou oferenda junto aos seus ossos, quem sabe uma espécie de totem. Somente Deus sabe, quem sabe este trabalho me mantenha ocupado por um bom tempo, quem sabe eu possa fazer um totem para cada um.

Isso tudo tem sentido? Tem sentido? O que adianta? Não posso seguir assim, não consigo pensar! Tenho que apagar estes sonhos de minha cabeça. Talvez eu vá para o sul, tentar dormir longe daqui um pouco. Meu Deus! Pai tem que ser tudo igual? Duas semanas andando pela selva do lado Sul e para quê? Tudo é igual, a mesma coisa de sempre, ou seja, NADA. Não suporto mais, não posso viver assim!!!

Karnaks invadiram minha morada na minha ausência. Esqueci como eles são ágeis e como são valentes quando estão em grupo, se reproduzem como loucos desde que matei seu principal predador. Tenho que fazer algo a respeito. Talvez eu redesenhe a ponte e crie algum tipo de mecanismo para mantê-los longe.


Hoje voltei ao lado Sul da selva, olhando para o alto vi um grupo de Mangrees em seus ninhos, pensei em responder seus gritos alegres, mas não pude, eles simplesmente ficaram me olhando tranquilamente. Depois eu voltei, quando eu olhei para cima, vi que me observavam emitindo um som baixo. Eles sabiam que eu estava ali.

Estou sem tinta, acrescentei água para render, mas preciso fazer mais como os habitantes de Channelwood me ensinaram. No lado Sul da selva encontrei algumas pétalas que poderei usar, colhi algumas para fazer uma experiência prévia. Enquanto eu as colhia percebi algo a respeito dos Mangrees, os que vivem no Norte correm sempre que me vêem, mas os que vivem no Sul, ficam me olhando curiosos... A tinta nova é boa, porém ainda preferia a outra cor. Voltarei ao lado Sul da selva para procurar variedades diferentes.

Eu não acredito!! Voltei para pegar mais pétalas e as encontrei já colhidas. Estavam todas amontoadas onde eu estive trabalhando da outra vez. Deve ter sido os Mangrees. Me imitando talvez? Passei grande parte do dia no alto da torre de observação, tentava ver a paisagem de longe, descobri como agem quando eu não estou por perto, mas não pude ver muito as árvores são muito grossas.


Eu gostaria de me aproximar, talvez eu deva construir outro posto de observação, todavia este novo posto precisa ser diferente, não posso usar os restos do navio naufragado. Me gosta da idéia de viver em meio a natureza.

Como diabos o povo de Saavedro conseguiu fazer isso?! Estive carregando os troncos o dia todo e meus braços e meus músculos estão me matando. Mangrees são rápidos em me observar, talvez meus esforços tenham sido um espetáculo para eles. Um deles parou o que estava fazendo e veio até mim me dar um conselho, pelo menos foi isso que pareceu. Não parou de gorjear, preciso inventar um sistema para me comunicar com eles.

Meu Deus. Não pode ser... Eu não acredito. Esta tarde eu estava desenhando em meu posto, tentando criar as expressões certas. Os Mangrees estavam brincando uma espécie de jogo para lançar frutas. As bolas ficavam cruzando em frente ao meu posto de observação. Todos estavam gritando, mas de repente eu ouvi um grito novo, um que eu nunca tinha ouvido antes. Uma seqüência de paradas altas e baixas. Olhei para eles e encontrei quem tinha emitido o som, todos estavam olhando para mim. Apontando a bola e fazendo o som. Como se eles estivessem chamando meu nome. Eles me deram um nome. E agora, o que eu devo fazer pai? O que devo fazer agora?!

Lago na Era Haven. MYST IV Revelation.

  • Observações sobre o Diário.

É interessante notar uma mudança no comportamento de Achenar. Nos primeiros oito anos no exílio, ele passou o tempo tentando encontrar uma maneira de fugir de Haven, mas em algum ponto ele desistiu ou aparentemente deixou de pensar nisso. Ele começa a interagir com os habitantes do lugar, entender o comportamento deles, junto a todas estas mudanças, há uma ponta de remorso a respeito dos atos do passado. Isso é evidente na parte em que Achenar cita seus sonhos sobre a destruição em tantas Eras. É curioso ler dos dois primeiros diários e notar o antagonismo na personalidade instável de Achenar.

  • Diário de Achenar:

Este diário é uma fonte importante de informação para o jogo MYST IV Revelation. Foi escrito na primeira fase da prisão de Achenar, através da narrativa é fácil entender seu comportamento e o desprezo pelas criaturas do lugar. Mas o que mais surpreende são as informações a respeito das ações de Sirrus.

Tradução e comentários por: Drica Portes.

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