28 de janeiro de 2018

Diário de Sirrus I

Escultura da família na Era Spire. MYST IV Revelation.

  • Encontrado em MYST IV Revelation.
  • Em cima da mesa de pesquisa do jardim em Spire.
  • Escrito por Sirrus em sua chegada a Era Prisão.
  • Descreve seu dia-a-dia e a Era Spire.
  • Dividido em dezesseis páginas.
  • Escrito a mão com desenhos.
  • Capa de couro cinza decorada.
  • Incluí alguns comentários e especulações.
  • Esta tradução é livre e cabe correções se necessárias.
  • Tradução e comentários por: Drica Portes.

87.5.25. Creio que o subestimei. Não imaginava que poderia ser tão vil. Sempre me disse que Spire era perigosa, mas na ocasião eu supus que os habitantes eram violentos... Violentos e possivelmente hostis com os estranhos, a combinação perfeita para orquestrar um golpe. Mas aqui não há ninguém. Nenhuma civilização próspera que eu possa dominar. A imagem do Livro de Ligação me enganou. Contudo pai, quando menos esperar você terá o troco.

87.6.1. Eu estabeleci um acampamento temporário junto a área onde há uma pequena vegetação. Eu trouxe comida comigo para passar um mês aqui, depois terei que alimentar-me com o que eu cultivar. As plantas não são saborosas, nem abundantes, mas provei várias e creio que são nutritivas. Voltando a questão da fuga: creio que aqui deve existir um Livro de Ligação para MYST. Mas a forma mais provável de meu pai tê-lo usado poderia ser enquanto saltava para as nuvens em torno do palácio. Claro que deve existir outras formas, isso é óbvio, mas não posso duvidar da primeira possibilidade. Ao menos eu devo tentar chegar ao solo.



87.9.1. Isto está ficando inaceitável, eu procurei por todos os dutos de saída desta Era e mesmo assim eu não consegui chegar na parte de baixo da segunda camada de nuvens. Estava quase certo de que, ao menos, depois de três andares eu tivesse sucesso, mas eles acabam em uma caverna repleta de cristais, esplendidamente selada. Os próprios cristais são curiosos. Algo em sua matriz interior os fazem suscetíveis as cargas negativas, quando toquei em um, sofri uma tremenda descarga. Ao mesmo tempo a luz tremula que emanava do cristal desapareceu e escutei um estranho zumbido, que terminou enquanto o cristal descarregava sua energia. Eu gostaria de estudar estes cristais mais a fundo e creio que irei idealizar um plano para realizar extrações de cristais da caverna.


88.2.6. A noite vi algumas luzes piscando nos outros palácios. Me ocorreu que talvez eu não esteja sozinho. E se esta Era for como Stoneship? Meu Pai nunca pôde explicar o aparecimento de Emmit e Branch, dizia que a Arte sempre o surpreendia. Será que as luzes que eu vi foram criadas por outras pessoas? Daria tudo para saber qual é a verdade sobre isso... Depois destes meses de solidão, queria ter alguém com quem conversar...

88.5.14. A propósito das rochas flutuantes: há um mineral verde fluorescente que está espalhado por grande parte desta Era com propriedades magnéticas. É a única hipótese viável para explicar a flutuação das rochas que sempre vejo fora do meu jardim. Isto me deu uma ideia: se eu puder capturar uma das maiores, poderei convertê-la em um veículo e navegar com ela através das nuvens até o outro palácio.

Para que meu plano dê certo, meu maior desafio será manter o veículo em uma altura suficiente e estável. Me chamou atenção que estas rochas flutuem acima do perímetro do palácio. Será difícil forçar meu navio a flutuar abaixo de sua rota natural. 

88.10.2. Durante as últimas semanas eu tenho visto tempestades que estão aglomeradas na segunda camada de nuvens. Parecem explosões de luz dentro do extrato de nuvens. A violência destas tempestades não me afetam no meu jardim: não chove e apenas sinto o vento. Aqui eu estou a salvo, instalado entre as capas de nuvens.

Não sei como é possível. Como pôde criar um mundo com tantos impedimentos científicos? Nunca explicou para nós como escrever uma Era, nunca ensinou a Arte nem para mim e nem para Achenar. Talvez eu deveria ter insistido mais.


89.4.18. Os cristais que eu extraí da caverna inferior são admiráveis: a eletricidade que podem armazenar parece não ter limite. Desgraçadamente isto dificulta o seu manejo. Quando isola-se um cristal carregado, sua energia diminui sem uma matriz estável, porém ao menor toque deste cristal com outro objeto ligado ao solo, sua descarga gera um som dos mais surpreendentes. Quisera eu poder aproveitar a sua capacidade harmônica, talvez por mera diversão. Seria agradável escutar música nestas cavernas... Os cristais também podem resolver o problema de meu veículo barco de pedra. Se eu o colocar em contato com algumas pedras flutuantes, e depois as devolver em direção as nuvens, poderia aproveitar a eletricidade natural de Spire para criar um eletroímã. A força de atração do ímã, junto com os campos magnéticos menores, dos condutores de relâmpagos, deverão fazer o barco de pedra descer e manter um nível de altura que o guie até o palácio mais próximo. Mereço pelo menos tentar.


90.10.22. Enquanto eu escrevo prepara-se outra tempestade. Noto como os pelos de me braço ficam arrepiados. Estou delirante de emoção, a espera de experimentar meu primeiro condutor. Deus meu... Será que era isso o que meu pai sentia ao botar as mãos sobre um Livro de Ligação recém escrito? Sentia esta emoção enquanto permanecia em pé, disposto a comprovar se suas teorias funcionavam? Por que nunca compartilhou estas emoções comigo? Talvez se ele houvesse feito isso, tudo poderia ter sido diferente entre nós... O primeiro condutor está brilhando sem perder nenhuma energia.



91.5.25. Não. Não. Não. Não! Meus cálculos eram perfeitos! O barco não deveria ficar livre! A distância entre os condutores foi muito grande e terei que aproximar mais o sistema, deixando-o mais coeso. Mas então a força eletromagnética será muito grande e o barco de pedra poderá desmantelar-se. Como poderei manter ele preso? Criando um segundo eletroímã no trecho que cerca o jardim?


Terei que começar novamente a construção e terei de procurar outra rocha que sirva para fazer um barco de pedra. Este erro irá me causar um atraso de anos! Mas estou mais próximo... Estou mais próximo do palácio vizinho. E quem sabe daquele lugar eu possa chegar ao solo? Espero que o Livro de Ligação funcione.

Jogando xadrez com Atrus a distância. MYST IV Revelation.

  • Observações sobre o Diário. 

Como sempre Sirrus é um poço de oscilações emocionais. Ao mesmo tempo que ele parece apenas uma criança carente que não teve a atenção do pai, ele revela-se um ser maquiavélico e de ações premeditadas. Tais ações muito mais voltadas a destruição do que a construção. 

Contudo não posso negar que Sirrus tem grandes qualidades, sua persistência e seu amor pela ciência realmente são de grande valor. Ele jamais desiste até encontrar os resultados de sua procura. De qualquer forma ele também parece um tanto ingênuo em alguns trechos do Diário, veja os trechos onde ele crê existir vida no palácio vizinho. É estranho pensar a respeito... Se houvesse vida no palácio vizinho, por que os habitantes daquele lugar não poderiam fazer um sinal inteligível, ou mesmo, construir um veículo que levasse ao palácio de Sirrus? Por que ele crê, que somente ele, seria capaz de fazer um veículo que o leve ao outro lado? Isso demonstra seu orgulho e uma personalidade egocêntrica. Apenas ele seria capaz de criar algo? Novamente Sirrus julga os habitantes das Eras como inferiores a ele. Outro ponto é que ele crê que Atrus agiu nesta Era, como agiu nas demais, ele esquece ou simplesmente ignora que este lugar é uma Era Prisão.

Também é interessante notar o trecho onde ele diz que se Atrus tivesse compartilhado com ele tal emoção, a emoção de criar e testemunhar as maravilhas dos Livros de Ligação, talvez sua convivência com o pai fosse diferente. Talvez isso seja correto. Talvez se Atrus e Catherine dessem mais atenção aos filhos, eles fossem diferentes. 

Mas a pergunta que sempre me acompanhou durante todos os jogos é: o por quê Atrus e Catherine de comum acordo chegaram a conclusão que eles eram os salvadores dos D'ni? Por que se julgaram tão poderosos... Ou tão culpados? Acreditam, sim, que somente eles poderiam salvar os D'ni de seu destino. Será que eles não notaram que a destruição da Civilização foi levado por um conjunto de acontecimentos e valores, que fogem completamente da ação individual de um ou dois elementos? Foi a conjuntura geral que desgraçou aquela sociedade e não apenas um fato isolado, não foi somente Veovis ou A'Gaeris, ou a presença de Ti'ana ou de Aitrus. Sempre imagino como seria o desfecho da história desta família, se Atrus e Catherine tivessem outro sentimento quanto aos D'ni e sua sociedade.

  • Diário de Sirrus: 

Estes diários são uma fonte de informação a respeito do jogo MYST IV Revelation. Abrange desde sua relação com Atrus, o contato com Yeesha, como também seus planos para sair da Era Prisão. Neste ínterim podemos distinguir a profunda angústia do personagem e sua eterna luta para ser compreendido pelos pais. Mostra também a faceta diabólica de Sirrus, um homem com inteligência excepcional, que pode destruir sua família apenas para conseguir o que deseja: o conhecimento da Arte D'ni.

Tradução e comentários por: Drica Portes.

Volte ou Visite também:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá. Se desejar deixe seu comentário.
Mensagens de cunho vexatório ou ofensivas não serão publicadas.

Últimas Atualizações.


15.09.24: Olá. Iniciando revisão do blog para novas publicações em breve.
15.01.22: Diário DRC Maturidade D'ni.
10.01.22: Diário DRC Gravidez D'ni.
05.01.22: Diário DRC Estrutura de Classes D'ni.
01.01.22: Feliz 2022.
02.07.21: F.A.Q. MYST II Riven - Curiosidades e Itens Escondidos.
01.12.20: Feliz Natal 2020.
26.10.20: F.A.Q. MYST II Riven - Enredo e Personagens.
20.10.20: F.A.Q. MYST II Riven - Dúvidas Gerais.
16.10.20: F.A.Q. MYST I - Enredo e Personagens.
16.10.20: F.A.Q. MYST I - Dúvidas Gerais.
11.10.20: MYST recriada para Realidade Virtual.
07.10.20: Manual URU The Path of the Shell - A Trilha da Concha.

Leia também...


URU to D'ni - Introdução.
URU The Path of The Shell - Introdução.
História D'ni.
Crônicas e Diários.
A fantástica Série MYST.
Mensagem ao Visitante.

Cronologia resumida dos jogos.