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Criado mudo no quarto de Gehn. MYST II Riven. |
- Encontrado em MYST II Riven.
- No aposento de Gehn na Era 233º.
- Deixado em cima do criado mudo próximo ao relógio D'ni.
- Escrito por Gehn em Riven.
- Descreve características da personalidade de Gehn.
- Dividido em vinte e seis páginas.
- Escrito a mão com desenhos.
- Capa de couro marrom decorada com o símbolo da Quinta Era.
- Incluí alguns comentários e especulações.
- Tradução está presente no jogo.
- Comentários por: Drica Portes.
86.9.29. Começo este Diário com notícias surpreendentes - Catherine voltou a Quinta Era! E, embora me enraiveça ter de dizer isso, ela desapareceu tão rápido quanto apareceu levada pelos rebeldes. Como meu guarda me contou, ela foi para a Cúpula da Fenda Estelar. - como eu supus - quando, de repente, o guarda foi atacado por um grupo de rebeldes que levaram Catherine embora. Na verdade suspeito que ele tenha ficado tão atônito por ter visto alguém transportando-se à outra Era, depois de todo esse tempo, que mostrou ser um alvo fácil para qualquer rebelde naquele momento, maldita sorte! Ele não a olhou direito, para verificar se era mesmo Catherine. Ele também declarou que revistou todas as suas coisas e não achou nenhum Livro de Ligação um fato que, se for verdade, faz com que a pergunta do porquê dela ter voltado fique mais enigmática ainda.
Embora esteja frustrado por ter perdido a única caça que a gaiola já prendeu, também estou cheio de esperança, ela ainda pode me proporcionar um caminho de volta para D'ni. É verdade que consegui, apesar dos obstáculos, me libertar das limitações da Quinta Era para retomar a missão de salvar minha cultura da extinção, mas temo que, a menos que eu possa recuperar o acesso a vastos recursos, que se encontram nas ruínas da Cidade, a tarefa de reconstruir aquela grande Civilização será impossível. Se Catherine realmente trouxe o Livro de Ligação consigo, estarei na metade do caminho, do contrário ela está presa a Quinta Era e posso supor que meu filho debilitado emocionalmente logo virá buscá-la. De qualquer jeito, é decisivo para meus planos, que eu a encontre logo. A presença dela aqui me força a levar os rebeldes mais a sério - nunca devia ter permitido que eles sobrevivessem por tanto tempo.
86.10.5. Mais uma vez, O Grande Wahrk tem mostrado a sua utilidade para mim. Na semana passada, os aldeões foram difíceis de manejar - aparentemente souberam da volta de Catherine - o seu medo dela, a criatura, era tudo que os mantinha em ordem. Se soubessem o qual verdadeiramente útil estas criaturas prodigiosas poderiam ser, talvez tivesse capturado mais delas enquanto a população indígena ainda era plena, por outro lado, se estes distúrbios continuarem meus animais de estimação não passaram nenhum perigo de perecer por falta de alimentação.
86.10.13. A busca por Catherine continua. Agora eu me arrependo profundamente do erro de ter ensinado a este povo primitivo qualquer coisa sobre os Livros. Parece que a cada dia que passa, descubro com mais clareza o quanto eles não estavam preparados para este conhecimento - nem mesmo de maneira simplificada em que eu os apresentei a eles. Suas mentes, adaptadas somente a tarefas humildes da vida cotidiana da aldeia foram incapazes de compreender: a arte em toda a sua complexidade, e então não conseguem extrair os princípios essenciais e fundamentais que são ironicamente tão elegantes em sua simplicidade. É óbvio que muito da discórdia que existe entre nós se origina em sua incapacidade de compreender o sentido pleno da informação que lhes dei. Se estivessem aptos a enxergar ao menos pouco do futuro que planejei para eles, este conflito deixaria de existir.
As mentes das crianças são muito mais maleáveis. Com o ensino apropriado, eles tem desenvolvido uma postura mais adequada com a cultura que lhes deu vida. Ás vezes se devotam a ela como se tivessem um pouco do sangue D'ni. Todavia dada as limitações inatas dos nativos, tomo bastante cuidado para que nenhum deles consiga um nível de conhecimento que permita pecar contra o seu próprio futuro, como Catherine conseguiu. Que tolo eu fui, pensar que ela conseguiria absorver tal conhecimento com responsabilidade, quando era tão claro que meu próprio filho não conseguiu.
Atrus ainda continua sendo uma das maiores decepções da minha vida. Nunca deveria tê-lo deixado com minha mãe - na hora que retornei para buscá-lo, ele já tinha sido envenenado contra todos os pensamentos em relação a D'ni. Talvez fosse a única maneira para minha mãe poder racionalizar o fato de que ela foi a responsável pelo colapso dessa Civilização. Tanta destruição, tantas grandes vidas perdidas - a culpa deve ser insuportável. Tenho vagas lembranças, do amor que ela teve por meu pai e por nosso mundo... Mas no fim, ela era uma estrangeira, que não tomava conhecimento dos D'ni, sendo isto o causador da morte deles. Se eu pudesse reconstruir a nossa cultura e, no processo, corrigir tais fraquezas cruciais, então talvez o que ela fez no final das contas, fosse necessário, para que uma nova era de prosperidade pudesse algum dia surgir.
87.1.4. Nessas últimas semanas tenho me encontrado frequentemente perseguido por imagens do passado. Enquanto estava na sala de aula hoje me lembrei de minha própria infância: os anos que eu passava na Guilda dos Escritores, o imenso orgulho do meu pai cada vez que eu realizava alguma coisa pequena. Ele era um homem importante no mundo D'ni - mas não suporto pensar nele por muito tempo, é difícil demais, eu era muito jovem para ver tal coisa.
87.2.8. Peguei-a! Ontem a noite recebi notícias que Catherine estava na aldeia tentando convencer o povo a juntar-se a ela. Perdi dois homens hábeis no processo mas teria pago cem vezes mais por um prêmio como este. Ela foi levada a
Ilha Prisão, onde passei o dia inteiro tentando descobrir o porquê de sua presença aqui. Eu tive que lutar muito contra o impulso constante de querer enforcá-la - ela tem tomado uma atitude irritante de só responder ás minhas perguntas - quando resolve responder - em sua língua nativa. Mesmo assim ela é uma péssima mentirosa.
Agora sim tenho certeza que seu retorno a Riven foi completamente sem querer, e que ela não trouxe nenhum Livro de Ligação consigo. A respeito de sua relutância em me dizer a localização dos Moiety... Vamos ver - sem sua líder porém eles não são mais ameaça para mim. - Se a chegada de Catherine foi realmente um acidente, então Atrus deve vir até ela - este é um dado certo. A questão que agora devo considerar é: como ele fará isto? Provavelmente seu receio seja uma conseqüência deste dilema. De uma maneira ou de outra ele terá que trazer um Livro de Ligação para voltar à D'ni - não há outra saída.
87.6.20. Está tarde e eu não consegui dormir. Tenho perdido muito na minha vida. Meu povo, meu pai, meu filho, e você minha esposa Keta, você era a única coisa verdadeiramente bondosa que já conheci. Vendo você tremer na cúpula de imagem... Ás vezes me pergunto se você era real. Se eu pudesse restaurar a sua vida com minha caneta, o faria em um instante, e deixaria o resto do mundo sofrer com seu próprio destino tão infeliz.
87.7.30. Malditos Selvagens! Seria muito melhor deixá-los todos na Quinta Era e poder começar de novo em uma folha em branco! Um estranho acabou de chegar em Riven - com um Livro de Ligação para D'ni. - E mais uma vez meu guarda inútil foi dominado pelos rebeldes. Do pouco que consegui decifrar de sua atrapalhada explicação parece ter ocorrido pela manhã. A gaiola foi danificada, mas isso não importa - tudo que eu preciso está aqui agora. Com certeza Atrus está por trás disso tudo, mas como ele pôde ser tão tolo em mandar alguém aqui com um Livro de Ligação? Tal descaramento é diferente do seu modo de agir.
Será que ele teve alguma mudança em seu coração? Depois de todos esses anos, será que ele finalmente está libertando seu velho e miserável pai? Não ele somente está atrás de uma coisa - talvez ele deve achá-la. Por enquanto eu apenas devo esperar e observar...
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Mesa de trabalho de Gehn na Era 233º. MYST II Riven. |
- Observações sobre o Diário.
Neste segundo Diário podemos destacar outros aspectos interessantes. Gehn não sente nenhum remorso por seus atos do passado, nem ao menos demonstra qualquer tipo de amor por seu único filho. Mesmo quando culpa sua mãe por todas as desgraças ocorridas aos D'ni, ou a ele próprio, em passagem alguma ele é capaz de ver a si próprio como um ser cruel e prepotente. Ele crê piamente que é uma espécie de salvador dos habitantes de Riven, de Catherine e dos próprios D'ni. Estas características lembram muito, a personalidade de seu neto Sirrus.
Também é clara sua fascinação ou mesmo amor por Keta, e todo o ódio gerado contra Atrus pela morte da jovem esposa. Em outro trecho podemos ver a admiração que ele tinha pelo pai, Aitrus e a revolta contra a sua mãe, uma completa estrangeira em terra estranha. Toda a discriminação sofrida por Gehn na primeira infância, serviu apenas para ele aumentar o ódio que tinha contra sua mãe. Interessante notar a psicologia por trás dos personagens, gerando conflitos familiares instigantes com resultados catastróficos. Gehn, de certa forma, nega-se em lembrar que seu pai, Aitrus, salvou a vida de sua mãe e dele próprio, quando um outro D'ni chamado A'Gaeris desejava a todo custo matar Ti'ana e Gehn quando ele tinha apenas quatro ou cinco anos. Ele também não recorda-se que Ti'ana fez de tudo para salvar o filho da discriminação dos D'ni.


Este Diário é uma fonte importante de informação sobre a personalidade de Gehn e seus interesses. Podemos ler este diário no jogo
MYST II Riven. As informações são abundantes, e o Diário constituí material de suma importância para resolver os diversos quebra-cabeças do jogo. O melhor de tudo é poder entender a relação entre Gehn e Atrus, ler sobre as reais intenções de Gehn e algumas particularidades sobre
MYST II Riven.
Comentários por: Drica Portes.
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