25 de janeiro de 2018

Diário de Catherine II

Mesa no laboratório de Catherine. MYST IV Revelation.

  • Sobre a Era Tomahna.
  • Encontrado em MYST IV Revelation.
  • No Laboratório de Catherine em Tomahna.
  • Deixado dentro da gaveta da mesa próximo a porta dos fundos.
  • Escrito por Catherine em Tomahna.
  • Descreve seu conflito com Atrus por causa dos filhos.
  • Dividido em dezesseis páginas.
  • Escrito a mão com desenhos.
  • Capa de couro verde desbotado com borda decorada.
  • Incluí alguns comentários e especulações.
  • Esta tradução é livre e cabe correções se necessárias.
  • Tradução e comentários por: Drica Portes.


Ontem me conectei a Era Haven - Enseada. O aroma da praia chegou até mim muito antes de eu poder ver a claridade. Quando o véu de brumas desapareceu deixando minha visão livre, me obriguei a respirar profundamente. Não disse a Atrus o que fazia, havíamos discutido, ele tinha repetido o perigo que representava visitar as Eras Prisões, antes da câmara em Tomahna estar terminada. Mas a construção leva tempo e não podia esperar mais. A visão do naufrágio na enseada me deixou com um inusitado pavor. Claro que sabia o que havia ali. Já tinha visto a imagem mil vezes através do visor do sintonizador de Atrus. Mas ver a paisagem de verdade através das barras de metal, me fez dar conta do que tínhamos feito. Imagine o que eu poderei dizer ao meu filho... É como se o motivo de tudo isso tivesse evaporado como o vinho de verão. Não tentei acionar a sirene para chamá-lo naquele momento.

Agora somente sinto hesitação e fico aturdida. Foi idéia minha escrever a criação das câmaras, usar a Arte para introduzir uma cela de segurança em cada Era, com muros sólidos que não pudessem ser destruídos por força humana alguma. Somente assim, aceitamos nos arriscar a visitar nossos filhos e também deixar um Livro de Ligação até Tomahna, para podermos voltar a nossa casa.


Levei semanas para convencer Atrus, mas agora que as câmaras existem, vou conseguir falar com meus filhos pela primeira vez em anos. Não sei o que dizer... Como vou explicar para eles por que os fizemos prisioneiros? E se as dificuldades e o isolamento não provocaram o arrependimento... Como nós desejávamos. Como poderei dizer para eles acalmarem a sua raiva?

Passaram-se semanas e ainda não encontrei o estimulo para me conectar outra vez. Talvez seja melhor para Atrus... Ele não gostou quando descobriu o que eu fiz. Me suplicou paciência e pressionou a Guilda dos Pedreiros - Construtores, para que terminassem a construção. Eles informaram então que a câmara em Tomahna estaria pronta em dois dias. Se pudéssemos usar a Arte para criá-la, como fizemos com as Eras Prisões, já estariam terminadas. Mas as coisas ficam mais difíceis quando se tem que fazer a mão. Atrus está desejando reformar nosso quarto antes de tudo. Eu também deveria ter este mesmo desejo, mas me pergunto se eu poderei dormir sabendo que nossos filhos estão há um muro de distância. Me preocupa sua reação... Como estarão diferentes... Como será a reação de ambos? Sempre me recordo de como eles eram jogando com seus brinquedos ou na fonte de MYST. Naquele tempo éramos felizes. Anna estava entre nós e nosso amor como família não tinha limites. Mas logo Anna morreu e nosso mundo acolhedor se dissipou. 

Para superar a morte de sua avó, Atrus voltou-se ao trabalho. Ele parava cada vez menos tempo em casa com seus filhos. Com oito anos Sirrus, devia se sentir excluído ou ignorado, mas o seu orgulho já era demasiado forte para mostrar seus reais sentimentos. Enquanto Achenar, nunca soube como canalizar as suas emoções. Não desculpo seus crimes, Sirrus e Achenar destroçaram muitas vidas de forma mais atroz, do que a morte de Anna destroçou as nossas vidas.

Por esta razão apoiei a decisão de Atrus e mantive meus filhos presos todos estes anos. Porém não posso iludir-me, tentar esconder a minha própria culpa, já que quando eles mais precisavam de mim, eu estava demasiada consumida pela dor, para poder perceber o que ocorria a minha volta. Estou dividida... Presa entre o amor de uma mãe por seus filhos e a lealdade de uma mulher para com seu marido.


Não sei se posso... É muito duro! Ver como Atrus e Achenar tentam se comunicar... São como estocadas de adagas que atravessam o meu coração. Não saber como relacionar-se. Achenar fala abertamente de suas emoções e Atrus teme ter o transformado em um selvagem. Somente com minha presença é que se evita uma briga entre os dois. Com Sirrus é mais sensível, eles compartilham o amor pela ciência. E o desejo de Sirrus, de falar sobre suas conquistas e avanços tecnológicos, desperta uma emoção parecida em Atrus. Mesmo assim, nestes momentos Atrus ainda não acredita na redenção dele. Rechaça qualquer sentimento de confiança em relação aos filhos, pois sabe que ambos se converteram em monstros. Tenho que resolver isto... Tenho que acabar com as dúvidas de Atrus e tentar fazer com que ele veja o que não pode...

Faz muito tempo que não escrevo neste diário. Pensei que já o havia perdido, mas o encontrei atrás de uma das incubadoras, quando fazia alguns transplantes em meu estúdio. Deve ter caído ali, quando Atrus reconfigurou o gerador. Agora já o tenho em minhas mãos novamente. Yeesha me perguntou se Atrus e eu estamos brigados. Ela estava sentada na mesa do pátio, com a cabeça inclinada sobre os seus livros. Estava concentrada escrevendo seu Garoh-hevtee, e creio que ela não chegou a notar a minha reação. Sempre tentamos não discutir na frente dela. Deveria ter me dado conta da perspicácia dela. Observei minha filha escrevendo as palavras D'ni, com muito cuidado, e recordei como foi fácil convencer a Atrus para que ele ensinasse a Arte para ela. Ele nunca ensinou nada a Sirrus e nem para Achenar. Ele começou a escrever J'nanin com esse propósito, mas depois de um tempo temia que ambos abusassem do poder e assim ele abandonou o projeto. 

Com Yeesha não está preocupado. Vejo que ele e ela se completam, e ambos possuem grande afeto um pelo outro, é evidente que ele a adora, como creio que Sirrus e Achenar sentem o mesmo por ela. Sim temos algumas esperança e creio que será através dela. Não devo deixar que as tenções familiares afetem a ela. Amanhã falarei com Atrus sobre a minha viagem até Tay - Era Moiety por alguns dias... Quem sabe alguns dias longe, me dêem a perspectiva que preciso para descobrir o que devo fazer...

Mesa com livros de Catherine. MYST IV Revelation.

  • Observações sobre o Diário.

Neste Diário podemos notar várias características sobre os filhos do casal. Catherine deixa claro, na perspectiva dela, os meandros do relacionamento entre Atrus, Achenar e Sirrus, e como Atrus inclina-se afetuosamente mais para Sirrus devido a ciência que compartilham e ela para Achenar, pela abertura no diálogo sobre os sentimentos. A esperança de Catherine está em Yeesha, que apesar de jovem já vislumbra os conflitos familiares em torno da Arte de confecção das Eras e dos Livros de Ligação.

Catherine também diz que não encontrava este Diário o dando como perdido, posteriormente o encontrou atrás de uma das mesas da estufa no jardim de inverno e assim retomou sua narrativa. O que será que houve com o Diário? teria sido lido por um de seus filhos? Ou mesmo por Atrus ou Yeesha? Nunca iremos saber.


  • Diário de Catherine:

Estes diários são uma fonte importante de informação, principalmente nos jogos MYST II Riven e MYST IV Revelation. Nos diários é possível ler desde acontecimentos privados até relatos sobre a construção de determinadas Eras. Em particular no Diário de Catherine encontrado em MYST II Riven é possível entender um pouco da confecção de Eras. Este Diário também foi utilizados pelo DRC - D'ni Restoration Council, para entender a história dos D'ni.

Tradução e comentários por: Drica Portes.

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